05 agosto 2008

Homens de Marte que já passearam por Vênus

Sou leitora compulsiva, assumo. Em média, leio ao menos três livros ao mesmo tempo, pelo menos um deles em inglês e, sempre que possível, alguma atualização na minha área de trabalho. Leio bula de remédio, rótulo de cosmético... só não consigo ler auto-ajuda.
É mais forte que eu. Quando alguém que nunca sequer soube da minha existência se entende no direito de me dizer o que é melhor, onde eu cometo erros, o que eu preciso comer e em que eu preciso pensar eu me sinto quase tão invadida quanto quando alguém me liga pro celular e começa a conversa perguntando onde eu estou!!!
A única exceção - se é que pode-se dizer isso, considerando que eu nunca li o livro inteiro - foi "Homens são de Marte e Mulheres são de Vênus". Na época em que foi lançado foi tanta gente elogiando que eu fiquei curiosa, comprei e, desde então, vira e mexe recorro a ele. Como eu disse, nunca li de cabo a rabo, mas uso como um livro de receitas: quando pinta o "desentendimento", checo o índice e vou direto ao assunto.
Um tópico ultra útil pra mim foi o que trata da necessidade que as mulheres têm de verbalizar as coisas, e da absoluta incapacidade que os homens tem que "participar" disso. Quando a gente fala, seja só pelo prazer do desabafo ou quando o troço é sério e nós precisamos de respostas deles, o que acontece em 100 % dos casos é o seguinte: eles, pra serem gentis, se dispõem a ouvir e, ali pelo terceiro ou quarto minuto da conversa, o corpo tá presente mas a mente tá, com sorte, na tabela do campeonato brasileiro ou no molhinho do macarrão que tá cheirando bem à beça.
Não é descaso. É DNA. E eu digo isso de cadeira: meus irmãos são assim, meu padrasto, meu melhor amigo... todos os homens que eu conheci até hoje, sem exceção, preferem que a gente vá direto ao ponto, sem rodeios, e de preferência só quando tivermos certeza absoluta que a discussão é necessária. Caso contrário, o melhor a fazer é correr pra manicure e despejar nela, que certamente vai ser mais solidária e compreensiva, as suas agruras.
Acontece que, apesar de compreender a mente masculina, eu sou mulher, complicada e com a mesma necessidade de verbalizar que qualquer outra. A única coisa que eu procuro fazer é levar essa necessidade ao limite máximo, pra ver se ela some, e só tomar a iniciativa da conversa quando não encontro outro jeito de resolver o problema.
Toda essa enoooorme introdução foi pra dizer que eu acho que tem uns e outros por aí que também leram o livro, se é que vocês me entendem. Eu, que vejo como regra o egoismo masculino por natureza, me surpreendo quando descubro que a exceção não só existe como muitas vezes está mais perto e onde a gente menos imagina.
É reconfortante saber que existem homens que se dispõe não só a ouvir como a participar da conversa, a falar também, e a falar a verdade, em vez daquilo que a mulher quer ouvir - ainda que através de comparações esquisitas. Mais importante ainda é o cara participar da conversa por pura gentileza, sem estar fazendo isso pra melhorar uma relação desgastada ou pra parecer legal e te convencer a ir pra cama com ele. Essa atitude, a meu ver, vale mais que qualquer elogio. Demonstra muito mais carinho e respeito.
Fica, então, a dica: meninas, não percam a esperança na raça masculina. Há luz no fim do túnel, eu vi, acreditem. E meninos, follow the leader. Garanto que esse cara ganhou muito mais pontos do que aqueles que gastam fortunas com presentes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deve ser por isso que eu tô sozinha, falo demais... o cara pode ter boa vontade de me escutar mas chega uma hora que ele fica louco, hahaha. Aí se ele pensa alto sobre a tabela do campeonato brasileiro, ele tá ferrado... eu amo futebol... agora se ele tá com a cabeça na comida que tá cheirando bem, é melhor ele pensar e avisar que tá pronta senão eu continuo falando e deixo ela queimar... vixe... preciso ser mais objetiva... eu nasci com 2 olhos que não enxergam bem e dois ouvidos que as vezes não escutam tão bem... só tenho uma boca mas essa... ama trabalhar, hehehe.

Beijos!