19 junho 2007

The Story - Brandi Carlile

All of these lines across my face
Tell you the story of who I am
So many stories of where I've been
And how I got to where I am
But these stories don't mean anything
When you've got no one to tell them to
It's true...I was made for you

I climbed across the mountain tops
Swam all across the ocean blue
I crossed all the lines and I broke all the rules
But baby I broke them all for you
Because even when I was flat broke
You made me feel like a million bucks
Yeah you do and I was made for you

You see the smile that's on my mouth
Is hiding the words that don't come out
And all of my friends who think that I'm blessed
They don't know my head is a mess
No, they don't know who I really am
And they don't know what I've been through but you do
And I was made for you...

07 maio 2007

Arnaldo Jabor

Será que a opinião pública está tão interessada assim na visão que Narcisa Tamborindeguy ou Adriane Galisteu têm da vida? A julgar pelo espaço que a mídia dedica a esse tipo de formador(???) de opinião, o Brasil virou um imenso Castelo de Caras. Adriane Galisteu, após o seu casamento relâmpago, falou às páginas amarelas de “Veja" e deu aula Magna de insensibilidade, egoísmo e... "sinceridade"!
Estranha mistura, mas a moça tem razão quando se diz sincera. Ela não engana, revela-se de corpo (e que corpo!) inteiro, e o retrato que aparece é assustador! Adriane teve uma infância atribulada, perdeu o pai aos 15 anos, ainda pobre, e um irmão com AIDS quando já não era tão pobre. "Eu não tinha um tostão, não tinha dinheiro para comprar um pastel. Meu irmão estava doente. Minha mãe ganhava 190 reais do INSS, meu pai já tinha morrido. Eu sustentava todo mundo e não tinha poupança alguma".
Peço licença a Adriane, mas vou falar de outra infância triste de mulher, a de Rosa Célia Barbosa. Seu perfil - admirável - surgiu em recente reportagem da "Vejinha" sobre os melhores médicos do Rio de Janeiro. Alagoana, pequena, 1m50cm, começou a sua odisséia aos sete anos. Largada num orfanato em Botafogo, Rosa Célia chorou durante meses. "Toda mulher de saia, eu achava que era a minha mãe que vinha me buscar. Depois de um tempo, desisti.".
Voltemos a Adriane Galisteu. Ela é rica, bem sucedida, e "nem na metade da escada ainda". A escada não deixa de ser uma boa imagem para alguém que – como uma verdadeira Scarlet O´Hara de tempos neoliberais (muito mais neo que liberais) - resolveu que nunca mais vai passar fome. Até aí, tudo bem; mas é desconcertante ver como o sofrimento pode levar à total insensibilidade. Pergunta da repórter a Adriane se ela faria algo para o bem do outro: "Para o bem do outro? Não, só faço pelo meu bem. Essa coisa de dar sem cobrar, dar sem pedir, não existe. Depois, você acaba jogando isso na cara do outro." "Você nunca cede, então?" "Cedo, claro que cedo. Já cedi em coisas que não afetam a minha vida. Ele gosta de dormir em lençol de linho e eu gosto de dormir em lençol de seda. Aí dá para ceder..."
Rosa Célia fez vestibular de medicina quando morava de favor num quartinho e trabalhava para manter-se. Formou-se e resolveu dedicar-se à cardiologia neonatal e infantil, quando trabalhava no Hospital da Lagoa. Sem saber inglês, meteu na cabeça que teria que estudar no National Heart Hospital, em Londres, com Jane Sommerville, a maior especialista mundial no assunto. Estudou inglês e conseguiu uma bolsa e uma carta da Dra. Sommerville. Em Londres, era gozada pelos colegas ingleses por causa de seu inglês jeca. Ganhou o respeito geral quando acertou um diagnóstico difícil numa paciente escocesa, após examiná-la por oito horas seguidas. "Ela falava um inglês ainda pior do que o meu", lembra Rosa Célia divertida.
Adriane Galisteu está rica, mas não confia em ninguém, salvo na mãe. Nem nos amigos. Vejam: "Eu não posso sair confiando nas pessoas. Não tenho motorista, nem segurança, por isso mesmo. É mais gente para te trair Eu confio mais nos bichos do que nas pessoas. Ainda existem pessoas que acham que eu tenho amnésia. Muitas das que convivem comigo hoje já me viraram a cara quando estava por baixo. Mas você pensa que eu as trato mal? Trato com a maior naturalidade. Porque elas podem até me usar, mas eu vou usá-las também. É uma troca."
De Londres, Rosa Célia iria direto para Houston, nos Estados Unidos. Fora escolhida e convidada para a Meca da cardiologia mundial. Futuro brilhante a aguardava. Uma gravidez inesperada atrapalhou o sonho. Pediu 24 horas para pensar e optou pelo filho, voltando ao Rio de Janeiro. Reassumiu seu cargo no Hospital da Lagoa e abriu consultório. Mas todo ano viaja para estudar. Passa no mínimo um mês no Children´s Hospital, em Boston, trabalhando 12 horas por dia.
"Você gosta de dinheiro, (Adriane)?" "Adoro dinheiro e detesto hipocrisia. Gasto, gosto de gastar, gosto de não fazer conta, de viajar de primeira classe. Tem gente que fala: esse dinheiro que ganhei eu vou doar... O meu eu não dôo não. O meu eu dôo é para a minha conta. Eu adoro fazer o bem, mas também tenho minhas prioridades: minha casa, minha família. Primeiro vou ajudar quem está mais próximo. Mas faço minhas campanhas beneficentes."
Rosa Célia atualmente chefia um sofisticadíssimo centro cardiológico, o Pró-Cardíaco. Lá são tratados casos limite, histórias tristes. O hospital é privado e caríssimo, mas ela achou um jeito de operar ali crianças sem posses. Criou uma ONG, passa o chapéu, fala com amigos e com empresários. O seu Projeto Pró-Criança já atendeu mais de 500, e 120 foram operadas. “Sonhei a vida inteira e fiz. Não importou ser pobre, mulher, baixinha, alagoana. Eu fiz."
Voltemos a Adriane Galisteu e esbarraremos, brutalmente, na frustração. “Já tive vontade de viajar e não podia. Queria ter um carro e não tinha. Queria ter feito uma faculdade e não tive dinheiro. Não que eu sinta falta de livros, porque livro a gente compra na esquina, e conhecimento agente adquire na vida. Eu sinto falta é de contar para os amigos essas histórias que todo mundo tem, do tempo da faculdade”.
Duas vidas, dois perfis fora da normalidade, matéria-prima para os órgãos de imprensa. Mas qual é a mais valorizada pela mídia hoje em dia? É fácil constatar e chegar à conclusão de que há algo muito errado com a nossa sociedade. Pode ser até que o leitor tenha interesse mórbido em saber o que as louras e morenas burras ou muito espertas andam fazendo, mas a mídia não deve limitar-se a refletir e a conformar-se com a mediocridade, o vazio, o oportunismo e a falta de ética. Os órgãos de imprensa devem ter um papel transformador na sociedade e, nesse sentido, estaríamos melhor servidos se houvesse mais Rosas Célias nos jornais, nas revistas e TVs que nos cercam.
Voltando ao Castelo de Caras, as belas Adrianes, Narcisas, Lucianas, Suzanas ou Carlas, certamente encontrarão lá um espelho mágico... Se for mesmo mágico, dirá que Rosa Célia é mais bela do que todas vocês.

15 fevereiro 2007

Filmes

Minha cunhada, há meses, tenta convencer a mim e ao meu irmão a assistirmos esse filme. Italiano, desconhecido, feito pra televisão, não produzia em nós curiosidade suficiente mas, vencidos talvez pelo cansaço, nos rendemos.
O resultado não poderia ter sido melhor. O filme é lindo, desses água com açúcar que deixam a gente feliz no final e embalam belos sonhos. Recomendo e transcrevo um diálogo fofo entre neto, de cerca de 5 anos, e avô:
- Você anda triste, vô... O que houve?
- Ah, a felicidade bateu à minha porta e, agora, eu estou aqui sozinho, outra vez...
- Mas você a abriu?
*
*
*
Outra boa pedida, pra quem tem criança ou não, é a animação Curious George.
O que levou uma turma de marmanjos a assistir ao desenho, feito pra crianças pequenas, foi a trilha sonora por conta de Jack Johnson, de quem sou fã de carteirinha. Mas a história é tão fofa, os personagens são tão divertidos e a "moral" - imprescindível nesse tipo de desenho - é tão válida que eu sugiro que todo mundo assista.
Vai valer pelo som - Upside Down é a música tema do filme - pelas imagens e pela histórinha.

A massacrante felicidade dos outros

Depois de quase um mês sem postar nada, vou colocar aqui um texto que, de certa forma, mostra parte de como eu me sinto às vezes e do que, em muitos casos, estimula esses meus recessos:

A massacrante felicidade dos outros (Martha Medeiros)

Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco. Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso? Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: "Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento" . Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho. As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim. Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta. Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé? Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem mesmo dentro do nosso próprio apartamento.
(Martha Medeiros, gaúcha, 44 anos, Jornalista, poeta e gente fina.)

A verdade é que esse tempo off me fez acumular um monte de coisas pra postar. Isso é só o começo...

19 janeiro 2007

Há 25 anos atrás...

... morria Elis Regina.
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O G1 fez um especial e eu, humildemente, presto a minha homenagem postando a letra da música que considero mais bonita dentre as tantas que a Pimentinha interpretou. " O bêbado e a equilibrista" marcou a minha infância e traz as mais doces recordações.
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O Bêbado e A Equilibrista
Composição: João Bosco e Aldir Blanc
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Caía a tarde feito um viaduto
e um bêbado trajando luto
me lembrou Carlitos.
A lua, tal qual a dona do bordel,
pedia a cada estrela fria
um brilho de aluguel.
E nuvens, lá no mata-borrão do céu,
chupavam manchas torturadas, que sufoco!
Louco, o bêbado com chapéu-coco
fazia irreverências mil pra noite do Brasil.
Meu brasil!
Que sonha com a volta do irmão do Henfil,
com tanta gente que partiu num rabo de foguete.
Chora a nossa pátria mãe gentil,
choram Marias e Clarisses no solo do Brasil.
Mas sei que uma dor assim pungente
não há de ser inutilmente, a esperança
dança na corda bamba de sombrinha
e em cada passo dessa linha pode se machucar.
Azar, a esperança equilibrista
sabe que o show de todo artista
tem que continuar...

17 janeiro 2007

Orgulho e Preconceito - O filme

Dando sequência ao post abaixo, assisti ontem à versão cinematográfica do livro, e fiquei encantada com a precisão com que a história, os personagens, o ambiente são retratados. É obvio que, até mesmo por uma questão de tempo, a riqueza de detalhes e a extenção dos diálogos um pouco se perde, além de nunces psicológicas que não ficam tão claras, mas vale a pena ver. Recomendo!

Merecem destaque a fotografia e as locações. As casas que servem de cenário pro filme estão na Inglaterra e todas elas, sem exceção, são abertas a visitação. Fiquei impressionada com a escultura Veiled Vestal, de Raffaelo Monti (abaixo), que adorna uma das salas de Pemberley, casa do protagonista do filme, Mr. Fitzwilliam Darcy.

Os extras são um filme à parte! O tour pelas locações, a biografia da autora e o que eles chamaram de "As regras do namoro no séc. XIX" são sensacionais.
E agora, que venha Razão e Sensibilidade!!!

15 janeiro 2007

Orgulho e Preconceito

Por indicação da Rê Brito, durante esse recesso de fim de ano li "Orgulho e Preconceito", romance da inglesa Jane Austen escrito em 1797.
O livro inteiro foi uma agradabilíssima surpresa, já que a leitura é leve e instigante, além de conter uma riquíssima história. O próximo passo vai ser assistir à versão filmada em 2005 por Joe Wright.
E, enquanto os comentários sobre o filme não vem, seguem algumas passagens pinçadas do livro que me chamaram à atenção:
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"Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Pode-se sentir orgulho sem ser vaidoso. O orgulho diz respeito mais à opinião que temos de nós próprios, enquanto, a vaidade, ao que pretendemos que os outros pensem de nós."
***
"Na maioria dos afetos, a gratidão ou a vaidade ocupam um lugar tão iminente que se torna perigoso ignorá-los. Todos podemos começar espontaneamente, uma preferência é coisa muito natural, mas poucos são aqueles que enveredam pelo amor sem alguma espécie de encorajamento. Em nove de cada dez casos, seria preferível uma mulher mostrar mais afeição do que aquela que ela realmente sente."
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"A felicidade no casamento é uma questão de sorte. Por mais profundo que seja o conhecimento mútuo ou identidade entre as partes interessadas antes do enlace, em nada contribui para a felicidade. Há sempre, depois, uma disparidade de feitios suficiente para lhes assegurar a cada um sua dose de amargura; e, sendo assim, quanto menos se conhecem os defeitos daquele com quem se vai passar o resto da vida, tanto melhor será."
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" Para aquele cuja opinião não muda, é de sua particular incumbência a certeza de acertarem nos seus juízos desde o princípio."
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"Grande parte das vezes é nossa própria vaidade que nos ilude. Para as mulheres, a admiração de que elas crêem no objeto significa mais do que aquilo que de fato se trata."
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"...essa expressão 'intensamente apaixonado' está tão vulgarizada, é tão duvidoso e indefinido seu significado, que ela pouco me diz. Aplica-se, geralmente, mais aos sentimentos que brotam em meia hora de conhecimento que a um afeto sincero e duradouro."
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"Não é a desatenção daquilo que nos rodeia a própria essência do amor?"
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"...que a perda da virtude em uma mulher é irreversível; que um só passo em falso acarreta uma série de desgraças sem fim; que sua reputação não é menos frágil que sua beleza; e que uma mulher nunca será cautelosa demais para com as pessoas do sexo oposto, especialmente para com aquelas que não merecem a sua confiança."

14 janeiro 2007

De volta

I´m back! Mas as novidades propriamente ditas vão ficar pro decorrer da semana, já que eu ainda tenho uma "coisinha" do ano passado pra contar.
No ano passado o Gus me surpreendeu bastante me dando no Natal o mesmo presente que eu dei a ele, e esse ano ele conseguiu me surpreender e me emocionar de novo.
Os amigos mais próximos sabem que eu tenho uma coleção de canecas e a maioria deles já me presenteou com alguma delas. O próprio Gustavo me deu uma incrível, com a logo do projeto Dharma, do Lost.
Só que com a chegada do Natal ele se superou. Dêem só uma olhada no meu presente desse ano:





Desnecessário dizer que, pelo segundo ano consecutivo, meu melhor amigo me deu o melhor presente de Natal, né?