Uma das maiores verdades que eu já ouvi é a que diz que todas as pessoas que passam pela nossa vida deixam conosco um pouco de si e levam consigo um pouco de nós. O engraçado foi,
nesse momento planta que eu estou vivendo - que também pode ser chamado de momento concha - eu ter feito um retrocesso dos homens que eu amei e ver o quanto deles eu absorvi.
Vejam só:
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O PRIMEIRO
EU - TOC com limpeza.
ELE - Mecênico por hobbie.
RESULTADO - Identifico carburador, velas, sistemas de injeção e aceleração melhor que muito homem por aí, e abstraí absolutamente da graxa que passou a fazer parte das roupas e objetos do nosso apartamento.
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O MAIS VELHO
EU - Casual e discreta.
ELE - Vaidoso e exigente.
RESULTADO - Carteira, bolsa e pasta Victor Hugo se tornaram itens essenciais, sem os quais eu parecia não ser capaz de viver.
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O COLEGA DE TRABALHO
EU - Gregária.
ELE - Anti-social.
RESULTADO - Perdi a conta dos finais de semana INTEIROS passados na frente da TV e com o celular desligado.
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O MAIS NOVO
EU - Ouvinte e apreciadora de boa música.
ELE - Guitarrista aficcionado por rock´n´roll.
RESULTADO - Sou das poucas mulheres que conhece a formação atual - e as anteriores - de bandas como Rush, Dream Theater, Deep Purple e Symphony X.
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O RESSURGIDO
EU - Nunca segui religião nenhuma.
ELE - Cristão de carteirinha.
RESULTADO - Comprei uma Bíblia e resolvi que ia ler inteira pra, no mínimo, tentar entender de onde vinha aquela tremenda e admirável fé.
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O ATUAL
EU - Cética
ELE - Esotérico
RESULTADO - Parei de comer carne, fiz curso de Reiki, estou estudando budismo tibetano e física quântica, e exercitando a meditação.
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Conclusão: sou a pessoa mais influenciável e volúvel EVER! E o pior é que isso não acontece só em relação aos homens com os quais eu me envolvo, mas com qualquer pessoa que eu admire de alguma forma. Por conta da minha amizade com a Guiga estudei cabala; com o GG me descobri apaixonada por fotografia; a Dady me fez querer estudar francês... se eu fosse escrever aqui todas as influências sofridas não sei onde seria capaz de chegar.
Mas será que isso é de todo mal? Será que isso é sinal de alguma falha na formação da minha personalidade? Poderia ser um medo inconsciente da rejeição ou até mesmo uma maneira instintiva de criar estímulos de aceitação...
Se eu quisesse achar explicações negativas pra essa absorção tão grande de informação alheia chegaria um montão de motivos. Mas prefiro ver a coisa de um jeito mais legal: eu me permito influenciar e altero a minha maneira de agir e de ver o mundo na medida das pessoas que eu quero agradar não só pra mantê-las por perto, mas pra conservá-las comigo pro resto da vida, ainda que através de uma roupa, de uma música ou de um livro.